quarta-feira, 10 de março de 2010

A LEITURA DE VOLTA AS AULAS I

                                                  A angústia dos educadores

A carreira seguida no âmbito da educação é linda! Costumo dizer que ninguém é educador por acaso, nós educadores temos uma história de vida que passa pelo desejo de melhorar a Humanidade! Nossas professoras são quase umas madre teresas de calcutá, eu diria, com voto de pobreza e tudo! No entanto, queridos leitores e leitoras, sou obrigado, pelo dever, a falar a verdade, sempre. Tenho de lembrar a todos que a Escola e seus profissionais são vítimas de um contexto social pérfido. Por exemplo, o professor é sem dúvida o único profissional que precisa berrar para poder ensinar, pois ninguém o ouve – as crianças aprenderam a não ouvir, pois estão na sala de aula muito ocupadas pintando as unhas ou jogando em seus celulares. O professor é o único profissional que precisa pagar os dias parados (em sua inglória luta pela dignidade enquanto funcionário público) e ainda assim tem os mesmos descontados em folha de pagamento. O professor é o único profissional que costuma receber unhadas e xingamentos dos educadíssimos pais e alunos. O professor é o único profissional que é visto com desdenho pela sociedade - quando um médico tem um automóvel do ano, as pessoas dizem: -Ele estudou, merece!; quando um professor compra um carro com 10 anos de uso, as pessoas comentam: -Viu só? Depois reclamam do salário!

E agora, senhores e senhoras, neste novo ano letivo que se inicia, a história, que é cíclica, se repete: o governo da província querendo transformar o piso nacional (uma conquista histórica, diga-se de passagem) em teto, e muitas salas de aula ainda sem piso nem teto..., os livros, cadê? Onde estão? Professoras, onde? Ainda faltam professores, mas, pensando bem, para que professor? Afinal, se acontecer o que o governo pretende, em breve estaremos com turmas de 60 alunos ou mais nas confortáveis kitinetes, ops, quero dizer, salas de aula! Então é só fechar turmas e botar essas professorinhas para trabalhar! Que fácil! Governadora economista é outro papo! Sempre pensando no bolso!

Por falar em bolso... Por que será que governadora se aposenta primeiro que professora?

Mas não vamos ficar só nas lamúrias! É sempre bom lembrar, amigo professor e professora, que somos personagens constantes na história de vida dos alunos, que somos lendas até, que transformamos a vida de muitos, que todos querem te abraçar ao te encontrar na rua (o que não ocorre com dentistas ou advogados, por exemplo...). Os governos direitistas que acontecem por aí nunca te valorizaram, mas saibas que teus alunos, que hoje são pais de teus alunos, e avós dos pais de teus alunos, conhecem a tua importância, e continuam, na conversa entre amigos na cozinha, a se lembrar da infância: - Pois no meu tempo a professora me dizia o que é correto, e eu nunca mais esqueci!

Este orgulho ninguém poderá tirar de ti! Parabéns, e bom retorno às aulas!

Rato de Biblioteca

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