quinta-feira, 29 de abril de 2010

1º de Maio Sangrento.

No dia 1º de maio de 1950, nesta cidade, foi realizado um churrasco de comemoração ao dia do trabalhador no local conhecido como Cassino dos Pobres, hoje parque do trabalhador.
 Um grande número de trabalhadores após a apresentação de bandas musicais e vários discursos de oradores se dirigiu em caminhada afim de fazer uma manifestação em frente á sede da Sociedade União Operária, que se encontrava fechada pelo Governo.
As pessoas vinham alegres, contentes, com a banda de música e a bandeira nacional á frente, com palavras de ordem e cartazes e faixas, revindicando a reabertura da União Operária. Os jornais da época falavam 10 pessoas, quem participou fala de 400 á 1000 pessoas, esta marcha contava com familias inteiras, pai, mãe e filhos. Mas o Departamento da Ordem Política e Social (DOPS) estava a espreita e a multidão nas proximidades das capelas mortuárias foi interceptada, pela força policial. Que exigiu o fim da manifestação pois a mesma não tinha autorização das autoridades para acontecer. Nesta discussão um provocador desfere um soco no delegado e os policiais e soldados da Brigada Militar respondem atirando.
O resultado disso é a morte com um tiro a queima roupa, na cabeça da tecelã Angelina Gonçalves, que acabara de tomar de volta a bandeira brasileira que os policiais tinham retirado de outro manifestante , e também de outros três trabalhadores, o pedreiro Euclides Pinto, o ferroviário Osvaldino Correa e o portuário Honório Alves de Couto. Várias pessoas foram  feridas: o Vereador e estivador Antônio Rechia que ficou paralítico com um tiro na coluna, o operário Oswaldino Borges D’avila, e o também operário Amabílio dos Santos, que foram hospitalizados. Muitos trabalhadores não foram aos hospitais para cuidar seus ferimentos para que não fossem presos.
Após o confronto, a noite, nossa cidade ficou mergulhada em um ambiente de medo e insegurança, todos efetivos da cidade foram chamados aos quartéis e os feridos não podiam ser visítados por seus parentes.
 A imprensa da epoca só deu a versão da polícia, não abriu espaço para o outro lado. E começou uma nova etapa da luta de classes, com a eliminação fisica de lideranças. O que volta ocorrer em 1952.
E a Sociedade União Operária fundada em 1893 por trabalhadores acabou de maneira inglória se tornando o Centro Cultural Brigadeiro Silva Pais, no terreno que abrigava creche, teatro e também se aprendia a ler e escrever hoje existe um edificio chamado Villa Borghese, onde a gurizada jogava bola hoje é estacionamento de carros.
Agora, com o reconhecimento publico, através da sessão solene dia 30/04 as 19: 00 horas e a inauguração do memorial a estes lutadores no dia 1º de maio as 09:30 horas, na Av. Presidente Vargas, em frente as capelas, estes lutadores da causa operária serão finalmente reconhecidos.


Um comentário:

  1. Só faltou no texto, que o tiroteio foi de ambas as partes, tendo sido suprimido do texto acima, a morte do soldado Francisco Reis, além de terem sido feridos o tenente Gonçalino Carvalho, os soldados José Aramos e Nilo Nunes. O texto também não fala dos atos de vandalismo, sendo o principal, o desligamento da usina geral, devido a curtos circuitos nas linhas primárias de transmissão de energia.

    Qualquer ato que termine com a morte de pessoas, é condenável, mas, ainda mais condenável, é quando se supre dados históricos.

    ResponderExcluir