Banalizar o rotineiro é na verdade uma forma de perpetuar a incompetência do cotidiano e de seus servis asseclas a serviço de suas necessidades individuais.
Ficamos cegos muitas vezes para o real e em contra a partida recaímos no mundo fictício, na tentativa de entorpecer nossas dores e feridas.
Lamentamos o infortúnio do personagem da novela, porém fazemos “vistas grossas” ao caos ao nosso redor.
Choramos as desgraças do homem distante no noticiário, porém não amortecemos o nosso sentimento aos problemas rotineiros de nossa vida.
Choramos pelo fato de vermos alguém “imperfeito” aos olhos da sociedade a dançar balé apesar de sua deficiência, mas não nos solidarizamos com esse mesmo, em suas necessidades do dia-a-dia.
Embarcamos em um coletivo diário fétido, rústico e desprovido de qualidade, sem perguntar a causa desse infortúnio, forçando outros também a conviver com o irracional e o desleixo.
Andamos em lindas escadarias e degraus como reis e rainhas ilustres, porém esquecemos aqueles que por um desvio de maneira de necessidades não conseguem se locomover sobre elas, alijando-os e as colocando sobre um olhar aos cantos.
Trafegamos sobre ruas despreparadas e desprovidas de preparo com as necessidades de seus transeuntes, como se transitássemos únicos e alheios ao social.
Até quando seremos senhores de nosso próprio rumo, até quando não seremos invadidos e entorpecidos pelo pensamento alheio, até quando o infortúnio acontecera apenas com os outros?
Que o gemido daqueles que gritam e choram, seja ouvido por nós, que adormecemos em nossos medos e interesses pessoais, a fim de elevarmos nossas vidas e nossos sonhos de um outro amanhã. em Direito.
Fernando Castro- Pós-graduado em História e Acadêmico
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