sexta-feira, 14 de maio de 2010

REENCONTROS



Reencontrei Isa. Quinze anos depois (tudo isso?) que saiu do país. Tinha falado antes com Renato e Reinaldo, sempre amigos, mas de quem tinha poucas notícias há mais de década. Vi o perfil de Pedro na internet, que foi da UJS. Também revi em foto, Paula, após vinte anos sem contato. Artur, com quem cruzo todo dia nas caminhadas; Odair, que revi após dez anos. Podia falar ainda de Joões, Brunos, Marias e Márcias, Paulos, Alexandres, Joaquins e muitos mais. Poderia falar de Isaac, um parisiense do 6º arrondissement, ou de magistrado de elevada atuação no cenário jurídico, ou do maestro Benito, músico de uma geração.



Poderia falar das redes sociais da internet que propiciaram esses reencontros: é magnífico isso (e estamos só no começo da onda). Ou, do governo Lula a nos congregar e animar perspectivas em torno de um projeto de nação – sem isso os reencontros seriam diferentes.



Mas não é isso o que mais me impressionou. Foi, sim, de ver no perfil deles, em geral publicado no Facebook ou Twitter, portanto assumido e público, no contato pessoal ou, ainda, por notícias de interpostos amigos, que todos declaram como preferência política o PCdoB. Alguns, décadas após sua experiência direta de militância; outros, retornando à atividade política após interregno; outros mais seguindo a ver no PCdoB de hoje o antigo ideal que os levou ao compromisso com o povo e a nação.



Pessoas que foram em busca de se realizar profissionalmente e, dos que conheço, a maioria bem sucedida no que fazem. Porque são extremamente criativas e inteligentes e mantêm consciência crítica.



Isso sugere comprometimento, coerência. Valorizo mais ainda isso porque ocorreu em tempos duros para a luta pelo socialismo. Por isso, além da alegria do reencontro, faço o elogio da coerência digna que mantiveram, manifestando hoje, uma vez mais, sua preferência política pela esquerda.



O dia em que isso se estender aos milhões – quer dizer, milhões tendo por preferência política o PCdoB – a história do país será outra.



Mas pensei também no outro lado da questão. Em maio comemoramos 25 anos de legalidade do PCdoB, o mais longo período vivido sob liberdade política. O PCdoB também foi digno e coerente nesse período. Manter a fidelidade da gente a que aludi se deve a isso também. Nenhum grande erro cometido, nenhuma traição a ideais, nenhum descompromisso com os trabalhadores, a pátria, a liberdade e o socialismo. Não mudamos de lado e de compromissos; mudaram as condições de persegui-los.



O reencontro é feliz por conta disso. De alguma maneira, até inesperada para muitos, vencemos. Saibam que vencemos porque perseveramos em princípios, ao mesmo tempo em que nos renovamos no modo como os enfocamos. E porque persistimos em sentido militante.



Meu abraço a todos, dos que se reveem. Viva os 25 anos de legalidade do PCdoB. Valeram, e mais valerá o que vem pela frente.




Retirado do Blog do Sorrentino

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