segunda-feira, 20 de setembro de 2010

20 de setembro


Em, 20 de setembro, vejo garbosos cavaleiros em seus pingos,  de bota, bombacha, pala e chapéu, me faz lembrar velhas histórias de um Rio Grande independente, onde a coragem e obstinação, mostrou ao Brasil, que no Sul havia um povo descontente.
Cada um tem seu herói preferido. Não sou diferente, gosto de todos por seus feitos. Mas lembro sempre António de Souza Neto, o General Neto. Natural de Rio Grande, ”minha cidade” nascido na Estância Capão Seco, em Povo Novo Distrito de Rio Grande. Filho de José de Souza Neto e Teutônia Bueno.
Antônio de Souza Neto aderiu a carreira das armas e no inicio da revolução  era Coronel Comandante da Guarda Nacional de Bagé. No entanto em 18 de setembro de 1835 participou ativamente da reunião que decidiu o início da Revolução Farroupilha.  Em 1º de junho de 1836, participou do ataque sem sucesso a Rio Grande. Após a Batalha do Seival, proclamou a República Rio-Grandense em 11 de setembro de 1836. Lutou em diversas batalhas, tendo comandado o cerco a Porto Alegre, que durou vários meses.  
Em 7 de janeiro de 1837 foi derrotado por Bento Manuel no combate de Candiota, mas, em 12 de janeiro, em Triunfo venceu as tropas do Coronel Gabriel Gomes, que morreu em combate.
Em abril o brilhante Neto, comandou a conquista de Caçapava, e novecentos homens dos Imperiais aderiram a revolução, tomou quinze peças de artilharia, quatro mil armas de infantaria e farta munição. Estes recursos possibilitaram a conquista de Rio Pardo.  Em 18 de julho de 1840, foi atacado de surpresa por Francisco Pedro de Abreu perto do Arroio Velhaco e perdeu diversos homens.
Em 1º  de março de 1945, foi assinada a paz de Poncho Verde e o guerreiro da Republica, defensor da liberdade e dignidade da nossa Pátria, Brasil. Concordou pela pacificação do Rio Grande, mas, dignamente se retirou para o alto exílio, pois não aceitaria ver soldados bravos e corajosos voltarem a condição de escravos. Como império pretendia.
 Neto se retira para o Uruguai, e volta a ser estancieiro, com seus campos vazios, trabalha com afinco e logo recupera o que a revolução lhe tinha levado. Mas o General sempre atento a política social, volta as armas em 1851 contra a Ditadura de Rosas com sua cavalaria de voluntários que organizara á suas custas. Isso lhe valeu a promoção a Brigadeiro Honorário do Exercito Brasileiro. Vencido Rosas volta novamente á sua estância em Queguai.
E toma parte na invasão do Uruguai para auxiliar o Presidente eleito Don Venâncio Flores tomando parte ao assalto a Paissandu, onde também o riograndino, imperial marinheiro Marcilio Dias recebeu seu batismo de fogo.
A frente de sua cavalaria ligeira juntou-se em 20 de fevereiro contra o invasor paraguaio e ostentou sempre ao lado da bandeira imperial o pavilhão tricolor da República Rio-Grandense junto de vários soldados e oficiais que o acompanharam durante a Revolução Farroupilha. Bateu-se bravamente em Estero Bellaco  em maio de 1866, depois em Tuiuti foi ferido gravemente. Transportado para o Hospital Militar de Corrientes, onde veio a falecer em 1º de julho.
Antônio de Souza Neto, o homem que passou sua existência a serviço da liberdade e justiça, tropeiro de profissão e soldado por imposição da Pátria, mas primeiro a Rio-Grandense e depois a Pátria Brasileira, neto é símbolo de um povo, que lutou por um ideal e legítimo guia da mais briosa cavalaria do mundo; a Cavalaria do Rio Grande do Sul.
Hoje se Neto estive-se aqui, com seu lenço colorado, senso de justiça e liberdade estaria ao lado de Dilma, Tarso e o povo Gaúcho e Brasileiro.
 Victor Nobre

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