quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Cuba rumo a mudanças

Esta marcada para abril o VI congresso do Partido Comunista Cubano, o qual trará mudanças profundas ao País. Já está sendo debatido pela população, desde novembro último, um documento preliminar denominado: Projeto de Orientações da Política Econômica e Social. Segundo o Presidente Raúl Castro Cuba não intenciona voltar ao capitalismo, o documento enfatiza que “só o  socialismo é capaz de vencer as dificuldades e  preservar as conquistas da  Revolução, pois a atualização do modelo econômico primará pela planificação e não pelo mercado.”

A situação econômica do País é critica, pois além de sofrer com um terrivel bloqueio econômico imposto pela Casa Branca, a crise econômica financeira mundial reduziu 15% no preço das exportações cubanas, atualmente seu principal produto de exportação é a de prestações de serviços principalmente nas áreas de saúde onde atua em 78 países,  com 37.667 colaboradores, dos quais 16.421 são médicos. A Operação  Milagro, iniciada em 2004, já atendeu  gratuitamente, em quase toda a  América Latina, cerca de 2 milhões de  pacientes com problemas oftalmológicos, como catarata e na área da educação onde atua em 25  países, 1.082 educadores cubanos. O método de alfabetização de  Yo  si, puedo, já habilitou à leitura 4.900.967 adultos de 28 países e erradicou o analfabetismo na Venezuela, na Nicarágua e na Bolívia. 
De 1961 a 2009 diplomaram-se na ilha,  gratuitamente, 55.188  jovens de 35 países, dos quais 31.528 de nível  universitário. Hoje, há 29.894  bolsistas estrangeiros em diferentes  especialidades, dos quais 8.283 cursando  a Escola Latino-Americana de  Medicina (inclusive centenas de brasileiros, que  ainda não tiveram  seus diplomas revalidados em nosso país).

A localização geográfica da Ilha também influencia na deterioração de sua economia, pois o País sofre freqüentemente com furacões, nos últimos 10 anos foram 16 deixando 20,5 bilhões de dólares (metade do PIB) de prejuízos, e também foram consideráveis as  perdas em decorrência das secas de 2003, 2005 e nos dois últimos anos.
A completa estatização da economia atualmente não é viável a Ilha, a proposta é manter empresas  estatais ao lado de outras de capital misto, bem como modalidades  diversas de  iniciativas não estatais, como cooperativas, terras  arrendadas e prestação de  serviços por conta  própria. Tentando evitar a corrupção em contratos  com o  exterior, Cuba aplicará este princípio: quem decide não negocia  e quem negocia  não decide.

Entre embargos, furacões e sabotagens, a Revolução cubana resiste há 53 anos. Seu maior mérito é assegurar condições dignas de vida a sua população, o Estado assegura alimentação, saúde e educação aos 11 milhões de cubanos. Na área da moradia 85% das famílias são donas de suas próprias casas - portanto não pagam aluguel - e os 15% restante pagam de aluguel 1ou 2 dólares mensais, computado em forma de amortização, pois ao final do pagamento do custo de moradia se converte em seu proprietário.

Cuba destaca-se também em não medir esforços na solidariedade aos povos mais pobres do mundo. 


Postado por Marcos Branco

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