quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

 A Camarada Cátia Carrasco esteve na Audiência Pública pela não violência contra as mulheres e nos envia um artigo sobre o assunto.



Desrespeito



          Dentre as cenas mais lindas que nossos olhos podem assimilar, temos as belas paisagens do universo, as cenas de família, o humano que cuida de seu planeta, ou a mãe que cuida de seu filho. Assim se perpetua a humanidade. Já nas antigas civilizações, nossa raça cultuava a “Mãe Terra”, responsável pela nossa existência e ainda, tendia em viver em grupos.

          Quando uma criança nasce, normalmente, seu maior laço de dependência é com a mãe e, esta é responsável por sua sobrevivência. Aprendemos a amar: a mãe, a avó, a tia, a irmã, a todas as integrantes de nossa família. Mas, não é somente nossas parentes que merecem respeito, mas, todo o ser humano. Como é lindo ver uma família harmoniosa, como é valioso deparar-se com amigos de verdade.

Porém, vai de encontro ao respeito ao ser humano, os dados estatísticos apresentados na Audiência Pública da Frente Parlamentar dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres: 4.976 registros de violência contra a mulher em nossa cidade, apenas em 2010. 

Assusta, surpreende, ou causa indiferença, dependerá do ser humano que lê esse registro. Imaginem quase 5000 pessoas foram agredidas, e pior do que isso, 5000 mulheres, de alguma forma sofreram agressão.

Relembro Mandela quando disse: "Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar."

Porque não resgatar os valores sociais e, emanar que todo ser humano deve respeitar seu semelhante. Parabenizo A Frente Parlamentar dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres, tanto quanto os deputados: Edgar Preto e Alexandre Lindenmeyer, por fazerem parte da única frente nacional de homens pelo fim da violência contra as mulheres.

Sabemos que ainda existe um grande número de mulheres que passam por situações de violência e, se submetem a esta situação por opção ou por necessidade. Cabe a todo e qualquer ser humano denunciar qualquer tipo de violência contra a mulher. Não podemos esquecer que a mulher, como todo e qualquer ser humano merece respeito e, quando um ser humano sofre agressão, está sendo desvalorizada e ofendida nossa própria raça.

          Infelizmente, nosso município está no ranking dos vinte municípios do estado com as maiores taxas de registros de crimes contra a mulher. Cada crime tende a ter conseqüências sociais que marcam a nossa sociedade riograndina. De acordo com as informações passadas, o objetivo da Frente Parlamentar é criar meios de discussão e conscientização que venha a ser trabalhada a igualdade de gênero desde o Ensino Fundamental.

Como toda luta feminina, exige grande esforço e trabalho e irá continuar por muitas gerações. A igualdade e o respeito ao ser humano é um tema amplo, e vai além das questões de gênero. Mas faço das palavras de Lindenmeyer para finalizar este  texto: "Rio Grande não pode se calar diante desta triste realidade".



Cátia Carrasco

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