terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

O que Faremos se Ocorrer um Grande Acidente Tecnológico em Rio Grande?

Cidades que possuem terminais portuários e complexos industriais estão sujeitas a acidentes tecnológicos que podem representar grandes danos a sociedade onde esses ramos econômicos estão inseridos.
Temos como exemplo o desastre ocorrido em Bhopal na Índia, onde um vazamento de gases tóxicos (Isocianato de Metila e Hidrocianeto) de uma fábrica de agrotóxicos causou em 03 dias a morte de mais de 8.000 pessoas e deixou mais de 150.000 sobreviventes com doenças crônicas. Também é importante ressaltar que a segunda geração de crianças após o acidente continuou a apresentar seqüelas devido a contaminação dos gases.
Esse acidente teve suas conseqüências em muito agravadas porque os sistemas de proteção da fábrica falharam e também porque não existia um plano de atendimento a emergências tecnológicas elaborado em conjunto com a empresa e as autoridades implantado na comunidade. Plano esse que deveria conter itens como: alertas, rotas de fuga, equipamentos, treinamentos, ações de controle, órgãos de apoio, áreas seguras, coordenação da emergência, dentre outros.
Em Rio Grande, não possuímos fábricas de agrotóxicos, mas temos terminais portuários onde são transportadas cargas perigosas como os Isocianatos que exigem para tal tarefa um isolamento de 4 Km de raio para que a comunidade possa ter tempo de reação em caso de acidente. Será que isso é feito?
Também possuímos fábricas de adubo que utilizam grande quantidade de amônia. Elas são abastecidas através de um tanque localizado na área do super porto que armazena um volume de 25.300 m³ do referido gás.
Como vimos nossa comunidade também tem a necessidade de um plano de ação em caso de um acidente tecnológico de grande proporção, mas pelo o que se sabe, a nossa defesa civil não possui nenhum tipo de ação prevista para esses casos, quanto mais um plano bem estruturado e com equipamentos adequados e em número suficiente para o atendimento de emergências químicas. A nossa população não tem nenhum tipo de esclarecimento e treinamento sendo assim muito fácil a geração de pânico e a desorientação que nesses casos provocam o caos impedindo na maioria das vezes o deslocamento e a ação das equipes de emergência e a fuga organizada das pessoas.
Seria de muita valia que o coordenador da Defesa Civil em Rio Grande fosse convocado pelos nossos vereadores para que exponha para a comunidade a real situação que enfrentaríamos em caso de algum acidente grave e quais os recursos disponíveis que teríamos para tal situação.

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