terça-feira, 27 de abril de 2010

1º de Maio de 1950




        No 1º de maio de 1950, a União Operária realizava um churrasco na Linha do Parque, onde hoje encontra-se o Parque do trabalhador, para a comemoração do dia do trabalhador. Lá encontrava-se uma grande massa de trabalhadores dos diversos seguimentos laborais da época como: operários da indústria têxtil, portuários, trabalhadores da indústria da alimentação dentre outros.
        Após a confraternização, por volta das 16:00 horas, os participantes do evento decidiram retornar ao centro da cidade realizando uma passeata pela reabertura da União Operária que havia sido fechada a oito meses pelo Ministro da Justiça, e quando chegaram próximo ao cemitério católico, foram abordados por autoridades policiais que acompanhavam uma partida de futebol próximo ao local. Os policiais falaram que a manifestação era ilegal pois não haviam expedido autorização para tal.
        Em conseqüência disso, iniciou-se um intenso tiroteio por mais de dez minutos que resultou em várias vítimas como segue:
Mortos: Angelina Gonçalves (Tecelã), Euclides Pinto (Operário), Oswaldino Correa (Operário) e Honório Alves de Couto (Portuário).
Feridos: Antônio Rechia (Vereador Comunista), Oswaldino Borges D’ávila (Operário) e Amabílio dos Santos (Operário).
A tecelã Angelina Gonçalves tornou-se um símbolo para as mulheres e para os defensores da liberdade e dos direitos dos trabalhadores ,pois em meio a confusão, foi covardemente atingida por um tiro a queima roupa no ouvido e tombou enrolada na Bandeira do Brasil sendo mais um mártir das heróicas lutas dos proletários riograndinos.
Já o Vereador Antônio Rechia, devido ter sido atingido com um tiro na coluna Vertebral, ficou paraplégico.
No dia seguinte houve uma grande comoção da população que acompanhou o enterro dos operários com as golas levantadas simbolizando o apoio da população a aqueles mártires e suas causas. Os jornais da época registram que o cortejo contou com a participação de mais de cinco mil pessoas sendo esse número bastante expressivo naquele momento.
Ainda hoje esse episódio que marcou de forma indelével a história da nossa cidade e do Rio Grande do Sul é lembrada e precisa ser entendida como parte integrante da luta internacional dos povos por uma sociedade mais justa e igualitária, a sociedade socialista.

        

Um comentário:

  1. Só faltou no texto, que o tiroteio foi de ambas as partes, tendo sido suprimido do texto acima, a morte do soldado Francisco Reis, além de terem sido feridos o tenente Gonçalino Carvalho, os soldados José Aramos e Nilo Nunes. O texto também não fala dos atos de vandalismo, sendo o principal, o desligamento da usina geral, devido a curtos circuitos nas linhas primárias de transmissão de energia.

    Qualquer ato que termine com a morte de pessoas, é condenável, mas, ainda mais condenável, é quando se supre dados históricos.

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