quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

"O estupro corretivo”, a prática cruel de estuprar lésbicas para “curar” sua homossexualidade, está se tornando uma crise na África do Sul.


Millicent Gaika ( foto acima) foi atada, estrangulada, torturada e estuprada durante 5 horas por um homem que dizia estar “curando-a” do lesbianismo.
Infelizmente Millicent não é a únca, este crime horrendo é recorrente na África do Sul, onde lésbicas vivem aterrorizadas com ameaças de ataques. O mais triste é que jamais alguém foi condenado por “estupro corretivo”.
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De forma surpreendente, desde um abrigo secreto na Cidade do Cabo, algumas ativistas corajosas estão arriscando as suas vidas para garantir que o caso da Millicent sirva para suscitar mudanças. O apelo lançado ao Ministério da Justiça teve forte repercussão, ultrapassando 140.000 assinaturas e forçando-o a responder ao caso em televisão nacional. Porém, o Ministro ainda não respondeu às demandas por ações concretas.


O “estupro corretivo” é baseado na noção absurda e falsa de que lésbicas podem ser estupradas para “se tornarem heterossexuais”, mas este ato horrendo não é classificado como crime de discriminação na África do Sul. As vítimas geralmente são mulheres homossexuais, negras, pobres e profundamente marginalizadas. Até mesmo o estupro grupal e o assassinato da Eudy Simelane, heroína nacional e estrela da seleção feminina de futebol da África do Sul, seu corpo foi encontrado em abril de 2008 em um fosso próximo à sua casa. Ela foi estuprada por vários homens, espancada e esfaqueada 20 vezes no rosto, nas pernas e no peito, mudou a situação. Na semana passada, o Ministro Radebe insistiu que o motivo de crime é irrelevante em casos de “estupro corretivo”.

A África do Sul é a capital do estupro do mundo. Uma menina nascida na África do Sul tem mais chances de ser estuprada do que de aprender a ler. Surpreendentemente, um quarto das meninas sul-africanas são estupradas antes de completarem 16 anos. Este problema tem muitas raízes: machismo (62% dos meninos com mais de 11 anos acreditam que forçar alguém a fazer sexo não é um ato de violência), pobreza, ocupações massificadas, desemprego, homens marginalizados, indiferença da comunidade, e mais do que tudo, os poucos casos que são corajosamente denunciados às autoridades, acabam no descaso da polícia e a impunidade.

Nos últimos 10 anos:
* 31 lésbicas foram assassinadas por causa de sua sexualidade [na África do Sul];
* mais de 10 lésbicas são estupradas por semana somente em Cape Town;
* 150 mulheres são estupradas todos os dias na África do Sul;
* de 25 homens acusados de estupro na África do Sul, 24 saem livres de punição.
Os homens que atacam as mulheres dizem que "estão ensinando uma lição", que as "lésbicas deveriam ser espancadas". "As lésbicas não são mencionadas na bíblia"Um estudo realizado em 2009 em algumas regiões da África do Sul mostrou que um em cada quatro homens admitiu já ter forçado uma mulher a fazer sexo contra sua vontade.

ONGs internacionais como a AVAAZ estão arrecadando assinaturas pela internet (Link abaixo) com a seguinte petição:

Ao Presidente Zuma da África do Sul e Ministro Radebe:
Nós pedimos que os senhores condenem publicamente o "estupro corretivo", criminalizando crimes de preconceito imediatamente, implementando educação pública e proteção às vítimas. Esta prática terrível deve acabar através da liderança do seu gabinete e de todo o governo.

https://secure.avaaz.org/po/stop_corrective_rape/?vl 

Postado por Marcos Branco

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