As uniões operárias que aglutinavam os trabalhadores no Brasil tiveram várias coisas em comum: eram formadas por diversas categorias e tinham o objetivo de unir os trabalhadores. Seja para tornar os mesmos mais dóceis ou preparados para o enfrentamento com a burguesia. E todos os principais grupos de trabalhadores tiveram no teatro amador uma forma de passar suas idéias as famílias.
Em Rio Grande, a Sociedade União Operária teve em seu teatro grande organização interna e a intencionalidade didática na composição de seu repertório cênico.
As atividades culturais desenvolvidas na União Operária, organizada pela vanguarda da classe trabalhadora tais como a imprensa, conferências, bailes, palestras e a arte teatral, este era o ideal por expressar mais claramente as idéias a toda família proletária, demonstrando as aspirações e as necessidades da classe. O teatro satisfazia a necessidade de lazer e reivindicava as mudanças necessárias na vida dos trabalhadores.
O teatro foi usado como instrumento de educação política, pois muitos trabalhadores eram analfabetos e a concepção didática e doutrinária vigente nos meios operários tinha por objetivo unir a classe trabalhadora.
Uma das primeiras peças teatrais apresentadas foi o drama “O 1º de maio” de Pietro Gori. Que teve grande repercussão entre o operariado fabril.
E a União Operária era palco de lutas entre anarquistas, comunistas e mais tarde getulistas, o que refletia em seu grupo teatral com peças ora mais avançadas e outras mais conservadoras.
Agora é correto dizer que o teatro ajudou a formar, divertir e organizar os trabalhadores de Rio Grande com a sempre lembrada União Operária.
Devemos ressaltar que Rio Grande é a cidade vermelha, operária, que tem em Angelina Gonçalves, Honório Alves do Couto, Euclides Pinto e Osvaldino Corrêa, todos assassinados no 1º de maio de 1950, heróis de um povo que não podem ser esquecidos.
Victor Nobre.
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