sábado, 30 de abril de 2011

Homenagem aos trabalhadores 2010


Discurso do ex-presidente do PC do B proferido no dia 30 de abril de 2010 em sessão solene na câmara de vereadores em homenagem aos trabalhadores mortos no 1º de maio de 1950.


Srs. e Sras. Dona Shirlei, camaradas
Hoje estamos aqui, reunidos para homenagear os trabalhadores, mortos em 1º de maio de 1950, estes valorosos combatentes do proletariado que perderam suas vidas de maneira brutal, reivindicando seus direitos.
Entre os mortos e feridos estavam:
MORTOS: Angelina Gonçalves, o pedreiro Euclides Pinto, o portuário Honório Alves de Couto e o ferroviário Osvaldino Correia.
FERIDOS: os operários Oswaldino Borges D´avila e Amabílio dos Santos e também o vereador, comunista e estivador Antonio Rechia, ferido na espinha, ficando portanto paralítico.
Angelina Gonçalves, tecelã, dona de casa, mãe, mulher. Líder comunista, uma mulher de muita fibra, ao ver que a bandeira de seu país havia sido tomada da mão de um
trabalhador, não aceitou, guerreira como era, tomou de volta, e ao sair vitoriosa foi covardemente atacada, perdendo sua vida naquele momento. Morria a mulher, nascia o símbolo.

Faz-se necessário lembrar que uma manifestação pacífica de trabalhadores foi dispersa a bala e chanfradas. É necessário dizer que nesta manifestação havia muitas crianças que estavam com seus pais.
É sempre bom relembrar que o objeto de desejo era a reabertura da União Operária, local onde os trabalhadores tinham creche, teatro, música e lá se aprendia a ler e escrever, um verdadeiro local de cultura proletaria, por isso fechado pelo governo da época.


Devo também lembrar que quando falamos da história dos trabalhadores riograndinos, falamos também do PC do B, pois nossa história é, e sempre foi junto ao proletariado, desta cidade.
O PC do B depois de fundado, em 25/03/22 em Niterói (RJ), tem em Rio Grande um grande reconhecimento dos trabalhadores, seja por sua ideologia, ou teoria mais avançada, seja por sua militância mais aguerrida, e com esta militância faz a diferença. Assusta a burguesia riograndina com a famosa greve de 1949, que partindo do
porto paralisou a cidade. Pois os trabalhadores das fábricas e oficinas pararam em apoio, vejam ai, o nível de organização, e verdadeira  fraternidade de classe.
As autoridades prenderam vários manifestantes em decorrência desta greve: lembro o nome de alguns: Euclides Pinto, Antonio Rechia, Manoel Rechia, Palmor Martins.
Mas, o Departamento de Ordem Política e Social (DOPS), mudou sua linha política, em vez de prisões das lideranças sindicais e populares, passou a eliminação física bem aqui nesta cidade. E o principal alvo eram os comunistas conhecidos por vermelhos. Eis da onde vem o dizer popular Rio Grande cidade vermelha.

E assim, como todos sabem o massacre do 1º de maio de 1950, abalou Rio Grande, sim, mas não as convicções dos trabalhadores riograndinos. Até hoje, a luta se faz presente no movimento sindical, são operários, portuários, marítimos, comerciários, enfim, toda a classe trabalhadora lutando por direitos e tendo no PCdoB seu fiel aliado.
Sempre o partido procurou deixar viva na memória da cidade vermelha seus mártires e é com esse objetivo que se realiza hoje esta seção solene. 
Sendo assim, neste 1º de maio, relembramos que a 124 anos atrás lutava-se nos EUA para que a jornada de trabalho semanal fosse de 48 horas. Dezenas de trabalhadores foram mortos por esta causa. Em Rio Grande há 60 anos atrás, lutávamos por nosso direito de manifestação, lutávamos por um espaço nosso, a união operária. Hoje, 1 º de Maio de 2010, diante das conquistas dos últimos 8 anos,  o PCdoB, junto a CTB e a todos os trabalhadores que fazem de nós o partido e a central que somos, lutamos e declaramos: queremos 40 horas semanais. Essa é nossa reivindicação a mesma que deu origem a esse consagrado dia.
É isso que somos essa é a nossa bandeira. Um partido com cara do novo, com o jeito do povo!   

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