Os soldados israelenses "abordaram o navio sem encontrar resistência e o estão rebocando até o porto de Ashdod", no litoral mediterrâneo de Israel, disse um porta-voz militar israelense à agência Efe.
A Marinha só atuou "depois que todos os canais diplomáticos fossem esgotados e as contínuas ligações para navio ignoradas", indicou um comunicado militar em que acrescentou que, ao negar-se a desviar para Ashdod, "foi necessário abordar o barco".
Os militares israelenses "tomaram todas as precauções necessárias e dessa vez evitaram causar ferimentos aos ativistas, além de garantir a segurança dos soldados", diz o comunicado, que explicou que após a abordagem foi verificado o estado de saúde dos passageiros e oferecido a eles comida e bebida.
Ativistas agitam bandeiras palestinas na embarcação francesa Dignité Al Karama (25/6) |
A ordem de tomar a embarcação foi dada diretamente pelo chefe do Estado-Maior israelense, o general Benny Gantz, depois que a tripulação do Dignité-Al Karama rejeitasse alterar o rumo em direção à faixa palestina, segundo a versão digital do diário israelense Ha'aretz, que tem um jornalista na embarcação.
Navios da Marinha israelense começaram a seguir de perto o iate, de 19 metros de comprimento, quando este estava a 50 milhas náuticas do litoral de Gaza e exigiram que identificasse o destino final e informasse sobre a presença de armas a bordo, indicou o rotativo.
Um dos ativistas respondeu que o porto de destino era Gaza e que não havia nenhum tipo de armas a bordo.
O porta-voz militar não respondeu à pergunta da Efe sobre se a intercepção do Dignité ocorreu em águas internacionais ou nas águas exclusivas de Gaza.
"O Dignité foi abordado de forma ilegal em águas internacionais, quando estava a 40 milhas de distância do litoral palestino", disse à Efe a partir de Paris Julien Rivoire, porta-voz da organização francesa que fretou a embarcação.
"É a segunda vez que os israelenses abordam uma embarcação com delegação pacífica que quer chegar a Gaza para levar uma mensagem de apoio da comunidade internacional", destacou Rivoire e afirmou que "a abordagem de um navio civil em águas internacionais é ilegal, como também o bloqueio marítimo imposto por Israel a Gaza".
O Dignité-Al Karama, único barco do comboio humanitário que conseguiu driblar as autoridades gregas e partir rumo à faixa palestina, levava a bordo dez ativistas e três tripulantes, além de três jornalistas, uma de Ha'aretz e dois da rede de televisão catariana Al Jazeera.
Retirado do Opera Mundi
por Victor Nobre
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