domingo, 26 de fevereiro de 2012

A CPI das cartas marcadas.

Blog Jovem Olhar 

 Por Felipe Belasquem

 

 

 

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Transporte Coletivo foi instalada na Câmara Municipal de Vereadores de Rio Grande. CPI que foi tão aguardada por muitos, mas que, infelizmente, está rumando para se transformar em uma grande pizza. A base de sustentação do Governo Branco na Câmara, formada pelo PMDB, PSDB, PPS e PTB, e que detém a maioria dos vereadores, está cumprindo fortemente o papel de escudeiro do Executivo, trabalhando para emperrar os trabalhos da Comissão.

Uma CPI que já nasce comprometida: O presidente da Comissão é o vereador Giovani Moralles (PTB), que é irmão do superintendente do DATC, Tailor Bastos Moralles; O relator é o vereador Charles Saraiva (PMDB), o mais ferrenho defensor do governo Branco na Câmara; e o vice-presidente é o ex-presidente da Câmara de Vereadores, vereador Renatinho (PPS), homem de confiança de Fábio. Dos outros componentes, dois compõem a base do governo (Renato Albuquerque - PMDB e Repolhinho - PSDB), dando à Prefeitura a tranqüilidade do apoio de 5 dos 8 membros da CPI. Completam a comissão os vereadores de oposição: Júlio Martins (PCdoB) e Spotorno (PT), além do independente vereador Augusto César (PDT), que propôs a CPI.

A primeira reunião da CPI foi marcada para 7:30 da manhã,  praticamente impossibilitando qualquer participação popular. Nem os próprios dirigentes que impuseram tal horário conseguiram cumpri-lo, fazendo com que a primeira reunião da CPI quase não ocorresse em virtude do atraso do Presidente, do Vice e do Relator, que chegaram à reunião  45 minutos após o horário estipulado por eles mesmos. Requerimentos importantes para as investigações foram veementemente rechaçados pelos apoiadores de Fábio Branco, como a convocação do engenheiro responsável pelos laudos de vistoria dos ônibus que operam o transporte coletivo na cidade. É visível que o comprometimento que a maioria dos vereadores da CPI tem com o Governo Branco está fazendo com que os mesmos empenhem todos os esforços para que as investigações não andem. E por que será? Existe alguma coisa na gestão do transporte que a Prefeitura não queira que venha a tona? Fica a reflexão.

Ainda assim, o empenho que a oposição vem aplicando para que a CPI ande está apresentando resultados. A secretária municipal de segurança, transporte e trânsito será convocada pela CPI para que apresente as planilhas de calculo do reajuste da tarifa do transporte coletivo nos últimos 10 anos. Também será convocado o representante do Consórcio Rio Grande, Consórcio este formado pelas empresas Noiva do Mar e Cotista e que foi vencedor da licitação do transporte coletivo, a licitação que foi cassada pelo Tribunal de Contas do Estado.

Tão importante quanto eleger pessoas para que governem em favor da população, fica aí a prova de que é vital para a cidade escolher bons parlamentares para que cumpram seus papeis de legisladores e FISCALIZADORES do Executivo, e não para defenderem ás cegas a vontade do “chefe”, como infelizmente a maioria dos vereadores vem fazendo na Câmara Municipal de Rio Grande.

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