quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

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Pesquisa revelará perfil de comunistas do PCdoB

Quem são as comunistas que integram atualmente as fileiras do PCdoB? O que pensam sobre assuntos polêmicos como o aborto e a violência contra a mulher? Em quais áreas de atuação partidária elas atuam? Para responder essas e outras perguntas a Secretaria Nacional de Questão da Mulher do PCdoB está promovendo uma pesquisa que irá traçar o perfil das mulheres que participam atualmente do processo de construção do Partido.

Mariana Viel, da redação do
Vermelho


Liège pesquisa Liège explica que perfil irá identificar demandas de novos investimentos na formação das mulheres
Para a secretária nacional da Questão da Mulher, Liège Rocha, a pesquisa possibilitará o conhecimento sobre as diferentes realidades das comunistas. O estudo, considerado histórico pela dirigente, irá envolver cerca de mil mulheres, em mais de 18 capitais brasileiras (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Florianópolis, Brasília, Goiânia, Manaus, Belém, Recife, Salvador, Teresina, Natal, Fortaleza, Rio Branco, Aracaju e Vitória).

“Nós queremos fazer avançar cada vez mais essa participação das mulheres nas fileiras partidárias, queremos que elas continuem contribuindo com destaque nessa trajetória do Partido”. Liège explica que para realizar o trabalho foi contratada uma empresa de reconhecimento nacional na área para realizar a captação dos dados.

As participantes da pesquisa serão sorteadas aleatoriamente entre o universo de mulheres que participaram do processo 12º Congresso do Partido. A identidade das participantes será mantida em sigilo “para que as mulheres se sintam à vontade para responder e não tenham medo que sua opinião seja divulgada”, diz a secretária.

“A pesquisa vai contribuir com uma série de questões, inclusive na visão que o Partido tem dessa mulher e de seu protagonismo no próprio Projeto Nacional de Desenvolvimento”.

Conferência

Segundo Liège, os resultados serão apresentados durante a 2ª Conferência Nacional do PCdoB Sobre a Questão da Mulher — realizada periodicamente, através de uma decisão estatutária definida no 12º Congresso do Partido. “Essa é uma conferência de todo o Partido — com a participação de homens e mulheres comunistas — que trata questões das mulheres”.

“A realização da conferência coincide esse ano com o aniversário de 90 anos do Partido e isso é muito importante para nós. As mulheres estiveram presentes e jogaram um papel importante nessa trajetória do PCdoB. Se queremos que as mulheres tenham cada vez mais visibilidade dentro do Partido, se queremos que elas ocupem cada vez mais postos de direção e de poder, precisamos conhecer cientificamente quem é essa mulher comunista”.

Ela informa que o processo de elaboração do documento da conferência está em fase final. A intenção é que em março sejam iniciadas as plenárias e reuniões municipais, e que as conferências estaduais sejam realizadas até o final de abril. Já a 2ª Conferência Nacional está marcada para acontecer entre os dias 18, 19, 20 de maio.

Formação

Além de dados pessoais que incluem situação sócio-econômica e preferências de lazer, os questionários também irão englobar questões sobre a formação partidária — leituras e cursos que essas mulheres já fizeram dentro do Partido.

“Para nós ela também tem o sentido de nos dizer aonde devemos investir mais na capacitação e na formação política das mulheres. Precisamos ter o perfil de quem é essa mulher comunista para investir na formação delas e dar possibilidades para que elas tenham cada vez mais destaque na sua militância partidária. Como tem dito o próprio presidente do PCdoB, Renato Rabelo: ‘O PCdoB é o Partido dos trabalhadores, da juventude e das mulheres’.”

Ela lembra que a questão da formação política está contemplada na mini-reforma eleitoral de 2009 — que criou e aperfeiçoou mecanismos de promoção da inclusão política das mulheres.

“Trabalhamos em cima de uma realidade concreta. Temos sentido o crescimento da participação das mulheres no Partido. Do ponto de vista nacional, o PCdoB tem proporcionalmente a maior bancada feminina no Congresso. Temos mulheres dirigindo o Partido em grandes cidades como o Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte e Florianópolis. Temos também esse destaque de participação das mulheres nos cargos de direção partidária, mas evidentemente queremos avançar cada vez mais”.

Outro ponto importante é o mapeamento das frentes de atuação partidária onde essas mulheres militam. “Algumas são sindicalistas, outras do movimento comunitário e algumas estão no próprio movimento de mulher”, diz a dirigente.

Violência doméstica

A pesquisa também irá tratar de temas polêmicos, como a questão da violência doméstica, do aborto e das práticas religiosas. “Sabemos que a questão da violência durante muito tempo, na sociedade brasileira, foi invisível. Nos últimos anos, mais recentemente com a Lei Maria da Penha, essa questão foi muito mais debatida e enfrentada. Hoje existe um Plano Nacional de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher, da Secretaria de Políticas das Mulheres”.

A dirigente nacional ressalta que a questão da violência é um tema delicado, e que muitas mulheres ainda se sentem pressionadas a não denunciar seus agressores. A dependência afetiva e econômica são alguns dos fatores que inibem as denúncias. “Não podemos dentro do Partido deixar essa questão de lado. Devemos enfrentar esse debate também. Saber se essas mulheres sofrem algum tipo de violência e a opinião delas sobre isso é muito importante. Não podemos ser coniventes com a impunidade”.

Aborto


Segundo Liège a polêmica do aborto ultrapassa o posicionamento favorável ou contrário à questão. Ela enfatiza que o que se defende é o direito das mulheres decidirem sobre o tema. “A discussão desses assuntos é um processo educativo na sociedade. Podemos conviver com a criminalização de mulheres, apenas porque elas fizeram um aborto? Em quais circunstâncias elas foram obrigadas ou decidiram fazer esse aborto?”.

Para a dirigente, o processo de criminalização das mulheres que optam pelo aborto deve ser combatido. “Entendemos que elas não têm que ser vistas como criminosas. A legalização vai permitir que as mulheres decidam se elas querem ou não fazer um aborto. Essa é uma decisão de foro íntimo. Por isso defendemos também a questão do estado laico. Hoje podemos decidir sobre diversas questões, porque não sobre essa?”.

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